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        MINAS
        DENTRO E FORA,
        GERAIS...

        FERNANDO RIOS


PARA
MOACYR LATERZA
E SUA SEMPRE SENTIDA AUSÊNCIA
        I

        minas é assim
        inteira, intensa
        dentro e fora

        minas é assado
        ferro e fogo
        em cima e embaixo

        minas se reescreve
        e se refaz
        em aço e chama

        minas se orna
        e soa longe
        qual ferro em bigorna

        II

        minas são caminhos
        que sempre levam além

        minas são veredas
        que sempre trazem améns

        minas são atalhos
        que sempre apitam o trem

        minas são minérios ausentes
        sempre na memória de alguém

        III

        minas é uns tempos
        fora e dentro

        cada um
        no seu mais vagar

        porque os tempos de minas
        não têm pressa
        nem no passo
        nem no olhar

        porque quem está diante
        sabe que dia e noite
        chegam sempre sem tardar

        porque em minas é para sempre
        hora de aconchegar

        IV

        assim como quem espreita coração
        minas deixa escorrer um sangue bom
        e veste com ele
        sua imensa humanidade
        clara ampla infinita
        que cabe no prato tropeiro
        ou no abençoado pão feito de queijo

        minas é assim
        futuro e espera
        granito e metamorfose

        oco e vazio
        preenchidos de lânguidos
        perdidos
        aflitos olhares

        minas é um grito um choro um riso
        e uma pequena
        imensa
        palavra
        paisagem
        chamada
        montanhas

        e lá fora
        ou aqui dentro

        dentro e fora
        de qualquer corpo
        ou
        copo
        minas sempre nasce para além

        e nos seus particulares
        sempre cresce para os gerais

        minas... há mais!

        SÃO PAULO, AGOSTO, 2007

fernando rios comunicação organizacional - fernando_rios@terra.com.br



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